quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Capoterapia, a ginga da melhor idade

Foto Lorenna Rayanne
Lorenna Rayanne

Além de ser uma aula de ginástica, a capoterapia é um lugar de descontração, rir, brincar, aprender e também, de fazer novas amizades. A capoterapia é uma técnica que mistura atividade física e movimentos da capoeira, aliados ao som do berimbau e do pandeiro. É uma terapia corporal que pode ser praticada por pessoas de todas as idades, porém, atualmente a terceira idade é a grande maioria envolvida no projeto.


A diferença da capoeira tradicional para a capoterapia está no ritmo e na intensidade dos gestos, pois assim como na capoeira, na capoterapia também há a ginga, contudo, evidentemente não há saltos, nem golpes mais complexos que possam expor os idosos a acidentes.


O trabalho é criação do Mestre Gilvan de Andrade, que deu início à terapia em 1998 com o nome de Capoeira para todos, e a partir de então, foi adotada pelos Centros de Saúde do Distrito Federal, e com o tempo passou por adaptações, ganhando o nome de Capoterapia.


Hoje são 16 grupos em todo o DF, que abrange além dos Centros de Saúde outros lugares que se dedicam à comunidade, como por exemplo, a Associação de Idosos de Taguatinga e a Universidade Católica de Brasília.


O projeto da capoterapia também já se expandiu para outros estados brasileiros e é referência internacional. Segundo Mestre Gilvan, o objetivo é atingir 6 mil idosos.


"E gratificante escutar o som do berimbau e ver que ninguém fica parado”, diz Mestre Gilvan.
Na capoterapia, os idosos trabalham tanto o corpo quanto à mente.


“Eu tinha problema de coluna, fiz tratamento no hospital Sara Kubitschek e somente na capoterapia tive melhora”, conta a aluna pioneira Maria Edinar Modesto, 83 anos, que há 10 participa do projeto.


“Depois da Capoterapia deixei de ser um homem estressado, sem contar que fiz muitos amigos”, diz Ari Eustáquio, 58 anos.


Segundo o Mestre Gilvan, o próximo passo da capoterapia é fazer uma parceria com a Universidade Católica de Brasília (UCB), mas para isso é necessário de empresários interessados.


O projeto funcionará da seguinte maneira: o empresário contratará um estudante de Ed. Física da UCB como estagiário para acompanhar os idosos nas aulas de capoterapia, que terão uma preparação com o Mestre. “Isso ajudará a todos, os alunos estarão aprendendo e ganhando bolsa-auxílio, os empresários terão divulgação de suas empresas e o melhor de tudo é poder atender a demanda que eu sozinho não consigo atender. Os idosos serão os mais beneficiados”, relata Gilvan.


“É muito bonito ver a gente se exercitando, todo mundo igualzinho”, comenta Maria Francisca dos Santos, 66 anos.


**Matéria publicada no Jornal Folha de Taguatinga - Setembro de 2009 - Ano II- nº 11

Obesidade Infantil: Problema que antes era somente dos adultos agora é realidade no mundo infantil

Imagem meramente ilustrativa retirada da internet
Por Elkia Carminati


Falta de tempo dos pais ou simplesmente satisfazer os desejos dos filhos, os maus hábitos alimentares tem se tornado cada dia mais comum nos lares

Doces, biscoitos, chocolates e refrigerantes. Esses são apenas alguns dos pratos que a criançada mais gosta de consumir no dia-a-dia. Não é difícil encontrarmos crianças e até mesmo bebês comendo essas guloseimas. Basta caminhar um pouco nos shoppings e em escolas onde estão matriculados.

Um estudo publicado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – SBEM mostra que 15% das crianças de nosso país sofrem com a obesidade. E hoje em dia é fácil observar crianças com problemas de adulto como hipertensão arterial, diabetes e problemas emocionais entre tantos outros.

Para Michelle Araújo, 27 anos, técnica administrativo “Acredito que as crianças devem ser acompanhadas pelos pais desde a amamentação. Fazendo com que evitem comer besteiras como excesso de doces, salgados e refrigerantes” conclui.

Rosa Maria, 58 anos, dona de casa acredita que “A alimentação é muito importante e deve ser acompanhada desde pequenos com ingestão de alimentos saudáveis”. Ela falou ainda sobre a importância da atividade física “É importante que as crianças desde cedo aprendam e pratiquem atividade física” conclui.

O Ministério da Saúde define o sobrepeso como um peso que está acima do peso normal. O sobrepeso pode ser diagnosticado é feito por meio do cálculo do índice de massa corporal (IMC = peso [kg] dividido pela altura ao quadrado [m2]).

Para a nutricionista, Estela Leonarda, 32 anos “Os pais de um modo geral devem evitar que crianças consumam produtos industrializados como salgadinhos, refrigerantes e chocolates” afirma.

A nutricionista Estela dá algumas dicas de alimentos que devem fazer parte do cotidiano das crianças. “É bom os pais ensinarem aos filhos a importância dos alimentos saudáveis desde pequenos e incentivar o consumo de frutas, cereais, pães integrais, sucos naturais, iogurtes, verduras e legumes para que não venham sofrer de obesidade” conclui.

Um estudo feito pela Universidade de Minnesota – EUA mostrou que crianças que tem acesso a alimentos de alto teor de gordura e pouco nutritivos na escola tem mais chances de consumir alimentos não saudáveis do que as crianças que têm acesso a opções mais saudáveis.

**Matéria publicada no Jornal Folha de Taguatinga - Setembro de 2009 - Ano II- nº11

Centro de Taguatinga pede socorro

Foto Rafael Campelo

Por Rafael Campelo


GDF e Administração de Taguatinga criam força-tarefa para coibir o tráfico de drogas e a prostituição no centro da cidade. O grande número de moradores de rua na região central também incomoda.
A situação dos moradores de rua tem incomodado os taguatinguenses nos últimos anos. Além disso, a prostituição e o avanço das drogas no Centro da cidade estão tirando o sossego da população. Para tentar resolver o problema, o governo e a Administração criaram uma força tarefa intitulada “Taguatinga Legal”.
Um dos objetivos é revisar os alvarás e os horários de funcionamento de todos os bares, já que a maioria dos incidentes e casos de prostituição tem início dentro deles. E se for preciso, de acordo com o GDF, os alvarás de funcionamento dos hotéis do centro serão cassados.
O administrador Gilvando Galdino destacou que caberá ao Batalhão Escolar reforçar o policiamento nas proximidades das escolas da região central, e a Secretaria de Cultura ficará responsável por promover atividades artísticas. “A intenção é realizar várias ações conjuntas para que a população sinta uma diferença na segurança em um período de 30 a 60 dias”, comentou o administrador.
O Comandante do II Batalhão da Polícia Militar do DF, Tenente Coronel Oliveira, disse que possue um levantamento detalhado dos espaços de consumo de drogas, prostituição, mendicância, além do funcionamento irregular dos hotéis do centro da cidade, e ressaltou que esses hotéis contribuem bastante para a promoção de todas as atividades ilícitas. “A situação também tem sido agravada com a permanência de menores de rua e mendicantes, que contribuem para o crescimento do consumo e do tráfico de drogas’, ressaltou o Coronel.
Menores “problema”
O senhor Edvaldo Brito, morador de um edifício localizado na Avenida das Palmeiras, destaca a sensação de insegurança e sugere que o administrador seja mais enfático na divulgação das ações junto aos meios de comunicação.
Há pouco tempo, o condomínio dele passou por uma situação envolvendo menores de rua. Um grupo de garotos, entre 10 e 12 anos, abordaram o porteiro do prédio pedindo de volta um pacote contendo crack que havia caído no poço de ventilação que dá acesso para a garagem. O porteiro negou o pedido e os garotos disseram que iriam entrar de qualquer jeito.
“Ligamos para o 190, mas eles não compareceram; alegaram que não havia viaturas naquele momento. Às dez horas da noite, jogamos o pacote na rua”, conta o encarregado do condomínio.
O Promotor de Justiça de Defesa da Infância e da Juventude do Ministério Público do Distrito Federal, Oto Quadros, destaca a necessidade de garantir os direitos da criança e do adolescente, como determina a própria Constituição Federal. “Precisamos entender que o direito deles é prioridade absoluta. É necessário promover uma audiência publica e reunir todos os interessados para discutir o tema”, ponderou.
A Assistente Técnica e Social do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Aline Barbosa, esclarece que o Estatuto da Criança e do Adolescente diferencia o adulto e a criança/adolescente em situação de rua. “A Lei limita as ações do CREAS. É necessário que a Vara da Infância e da Juventude esteja presente para somarmos os esforços e garantirmos os direitos desses menores”, ressaltou Aline.
O Conselheiro Tutelar de Taguatinga, José Luiz Martins Irineu, reconhece que a atuação do Conselho melhorou muito devido às condições de trabalho oferecidas pelos administradores, mas reclama da falta de funcionários. “As equipes de abordagem de moradores de rua ficam mais no Plano Piloto. Queremos que o pessoal seja deslocado para Taguatinga”, pleiteou.
Para o Administrador, as políticas públicas de transferência de renda devem ser repensadas. “Os recursos deveriam ser repassados para essas pessoas e, além disso, a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF poderia pensar em um conjunto de políticas de moradia para esses moradores”, sugeriu Gilvando Galdino.
Apesar de existirem várias crianças vivendo em condições desumanas, muitos adultos também acabam encontrando nas ruas uma forma de sobrevivência. O morador de rua, Fernando, disse que veio do Pará há cinco anos e passou a morar na rua depois de ter os documentos roubados.
“Não tive ajuda de ninguém e nem pude mandar buscar ou registrar a perda dos meus documentos, e sem eles a gente vira praticamente um nômade”, conta. Ele afirma que ganha dinheiro catando latinhas para reciclagem ou vive da caridade das pessoas. “Sempre tem alguém que ajuda dando comida ou roupa”, relatou.
Fernando, porém, diz preferir ficar nas ruas a ir para casas de recuperação: “Quem tem que ir para as casas de recuperação somos nós. Casas de recuperação são um comércio, é através de nós moradores que eles conseguem recursos, somos apenas objetos pra eles”, denunciou.

**Matéria publicada no Jornal Folha de Taguatinga - Setembro de 2009 - Ano II- nº11